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Histórias memoráveis da "vila" em Serra Negra/PE

  • Foto do escritor: Vanessa Viana
    Vanessa Viana
  • 14 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de dez. de 2023



Há muito pouco tempo você chegava em Serra Negra e se deparava com a maioria das ruas sem asfalto. A sensação era de estar realmente na zona rural de uma cidadezinha do interior. O acesso que nos levava de Bezerros até o alto da montanha também era de barro, nos 9 a 10km de estrada.


Hoje este cenário mudou completamente, a subida é toda pavimentada assim como as principais ruas do vilarejo. Só pelas redondezas é que ainda podemos sentir o cheio da terra. Há quem ache bom, porém há quem renegue tudo isso, já que o progresso na medida em que facilita o cotidiano também leva embora aquele ar de vida bucólica, da calmaria e da vida no campo.


(Em frente ao bar de Manoel, ao lado da igrejinha quando ainda não era calçada. A pavimentação teve início em 2022 de todo esse trecho, até o novos condomínios, próximos à esta rua)




Construção do anfiteatro

Muitas das antigas casas ainda preservam aquele aspecto de casinhas conjugadas de porta e janela, do "jeitinho da roça", mas há outras que já ostentam o luxo e as fachadas modernas, o que para mim é uma lástima. O antigo refúgio aos poucos vai cedendo lugar para uma versão mini de cidade grande. 


Lá onde as pessoas ainda se sentam nas calçadas para conversar em grandes rodas de amigos, já se pode fazer registro disso tudo, vez que a antena de celular e sinais de wi-fi pegam por quase todo lugar. É uma pena? não sei dizer! É um mal necessário provavelmente.


A RUA AUGUSTA

Uma rua que me chama muito a atenção é a famosa "ruinha" como é conhecida ou Rua Augusta, ou ainda "antiga favelinha", composta por casas conjugadas, coloridas, onde não passa carro de tão estreita que é e onde as pessoas estendem roupas no jardim. Atualmente anda tão requintada que até ganhou um restaurante, a Casa Augusta Trattoria, que fez questão de preservar as características rurais da casas vizinhas. A Rua Augusta é uma das mais antigas do vilarejo, cujo terreno é pertencente à igreja e anualmente os moradores pagam a simbólica quantia de R$50 reais para diocese.

Nessa rua morou e ainda mora figuras ilustres do lugar, como o velho do rádio que ligava o aparelho no volume máximo às 4 da manhã, para escutar um programa policial, o falecido Padre Pedro que gostava de tomar bons vinhos e Neide, a dançarina querida por todos que se apresenta na varanda da Bodega do véio.


O nome Serra Negra tem duas versões, uma historicamente comprovada que é a origem da expressa dos colonizadores do Norte, que passando pelo Rio Capibaribe, situavam-se geograficamente com “aquela serra negra”, que vista de longe, apresenta-se de cor escura, passando a ser marco de orientação aos viajantes, sendo esta a versão oficial. A outra fruto da imaginação popular, refere-se a uma escrava que, fugindo da perseguição do seu senhor, pulou do penhasco ali existente, sendo fugitiva, seria alcançada facilmente pelo Capitão do Mato, o que faria nascer outra versão, a qual teria sido estuprada e morta pelo perseguidor, e seu corpo, sacudido no penhasco. Tudo sem fundamento histórico.

Foto da negrinha de Serra, monumento central do lugarejo

Fonte: MAIOR, Ronaldo J. Souto. Bezerros Seus Fatos e Sua Gente. Recife: Ed. Do Autor, 2005.

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